Tens poesia na metade direita do coracão e amor na metade esquerda. Tenho-te a ti a circular nas duas metades de mim. Porque a poesia e o amor estão atrás da minha orelha. R*

terça-feira, 30 de março de 2010

Lembra-te de mim

Quando o escuro for o teu refujio
E ouvires o corvo a bailoiçar,
Quando o dia chamar "amor mio"
Ou ouvires as arvores a dançar,

Lembra-te de mim.

Se a tua voz faltar sem saliva
Seca de uma noite sem olhos,
Se gritares encontrei o choro da vida
Ou o sorriso que já não é teu,

Lembra-te de mim.

sábado, 27 de março de 2010

(des) Conto de fada






Gosto de ser a gata borralheira, aquela que sofre, aquela que nas masmorras sabe cantar, gosto do cheiro a mofo que paira no ar, gosto dos sapatos rasgados e confotáveis que nem sequer me ensianam a andar, gosto dos meus cabelos presos como as duas mãos que lavam o choro espalhado pelo chão, gosto do escuro... ninguem o conhece como eu, ninguem quer vir a conhece.lo como eu, e nem sempre ele tras a paz... nem sempre...
mas depois... gosto de ser a cinderela de saltos altos, que atrapalha os pés por nao saber caminhar no corredor da felicidade, e olho para o céu azul que não é meu e de ninguém... mas é a unica coisa que poderá ser minha para sempre

sexta-feira, 26 de março de 2010

yes, i´m a lucky woman





Moro no castanho dos teus olhos

Criatura de voz escondida no esconde, esconde

Entrelaças no meu cabelo despenteado

O teu nome, herdeiro de um conde.

Corpo deitado sobre o meu

Olhos fechados, mãos unidas pela força

O beijo que é eternamente teu

Saciado pela presença estranha vinda de ti.

Sussurras.me ao ouvido a noite

Entrego.te o meu dia que anseia a tua escuridão

Negra, fria de calor, breve pingo de luz sem dor

Desenha em mim o alcançar da tua mão.

quarta-feira, 24 de março de 2010




Depois da saliva seca, sei, que há palavras que nunca mais te direi. Comias com o meu silêncio e deixei para trás todos os beijos roubados, tranquei os desejados e esqueci quem eram os meu lábios. E depois da saliva seca o passado foi uma trinca.

sábado, 20 de março de 2010

Arrepio

Vou limpar o quarto, arrumar as gavetas e fechar portas entre-abertas. O ar não pode circular, é confuso e perigoso, sabe bem ficar fechado, sabe menos bem ficar magoado.
Termino as minhas palavras, não por não conseguir escrever, não por a magoa soprar ao meu ouvido, não por chorar a cada tecla, não... Mas porque hoje, não sou a unica a escrever e a ler, eu sei, e sejas tu quem fores que agora estás aqui, eu sinto. Só te peço que nao me faças mal e se fizeres diz ao diabo que vou sozinha. Arrepio o meu eu.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ela sem Ele


Ela sorri,
Ele troca um olhar,
Ela segue em frente,
Ele presegue sem radar.

Mas hoje já é amanhã.

Ele tem a alma fria
Ela quer voltar a aquecer,
Ele ignora o sol do novo dia
E ela pede para ele não a esquecer.

Mas hoje já é amanhã.

Ela ruíu, tropeçou nos próprios pés,
Ele desistiu, simples, travou,
E Ela? ganhou balanço de lés.

Hoje? É o futuro do sorriso sem ele.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Senti.te ao longe de mim




Hoje não tenho nada a dizer. Sem dizer vou pensar. Apenas a pensar já é como lembrar. Se não quero dizer, se não quero pensar, se não quero ouvir consolos que não me fazem passar o que nada passa, entao passo a escrevrer. Passo a esquecer sempre a lembrar. Não te quero esquecer, seria frágil, não te conseguir lembrar, seria crueldade apetitosa.
Hoje vi-te. Antes de sair de casa, arrumei a mim toda eu, de um jeito especial, passei o tempo na estação do espelho e olhei, olhei e voltei a olhar-me. Entrei no jogo sem pensar. O espelho mexeu. Nesse momento senti, nesse preciso momento soube que te podia ver, soube porque me enfeitei como arvore de natal elegante, soube porque me apetecia chorar... ali e só ali eu soube. Enrolei as lembranças e fantasias numa lata de conserva. Chorei mas rapidamente limpei os olhos negros do lápis que os delinearam para escorrer o rio preto. Encarei.me de frente, mas sabia que era de lado que te iria encarar. Cheguei. "Não te vou ver, por favor não te vou ver. Mas eu quero ver.te." As escadas rolantes subiram e lá estavas tu. Se nao tivesse vivido, diria que só podia ser um filme que ainda estava a ser pensado. Os nossos olhares cruzaram, tu vieste.me e logo ali despiste a minha alma e o meu olhar quebrou. "Continua em frente." Mas o teu olhar seguia-me. Durante dez minutos observou-me e eu sabia.o. Dava tudo para tocar nos teus lábios secos naquele impiedoso instante. Dava tudo para que voltasses a ser tu, mas tu mesmo roubaste.te de mim e eu roubei em mim a vontade de ser eu. " Ele estava lá. - Sim, senti.me observada e vi que os olhos dele não saiam de ti." Percorres.me sem me tocar e eu precorro.te todas as noites sem te avistar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Laranjeira

Quero sentir a LoUcura por detrás do meu sorriso. Quero viver e sentir que também uma recta pode ter curvas e sem prévio aviso de qualquer tipo de sinalização. Fomos feitos para amar. Ponto. E viver é sem dúvida amar, com ou sem desvios, mas somos nós que conduzimos a paixão. O "adeus" é certo, mas um novo "olá" surgirá numa estrada nova e quem sabe o velho "adeus" não surge mais tarde numa estrada cumplice.
O nosso "adeus" é tal e qual como escrevo, sem um "até um dia", não, é mesmo frio, dói ao ser pronunciado e nao se sabe se aparece ou para sempre desaparece. É e acontece. Por isso, deixo acontecer. Já são menos as vezes que penso em ti durante o dia, embora á noite os sonhos te pertençam. Sim, são imensas as vezes em que fico num beco, mas tu não vestes a capa de SUPER homem para me embrulhares nela e fujirmos para o céu. Já não és a perfeição que conheci e sempre o disses.te, descobri da pior maneira. Num futuro será mais um tracinho que marco no pau de laranjeira da minha história. E a que escrevi contigo, será contada até eu conseguir lembrar que exististe em mim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Vermelho não é encarnado


Silêncio. Estou sozinha. Respiração profunda. Não te vou dizer que estou sozinha. E lá vem o silêncio. A última vez sozinha tive os teus passos. Não te vou dizer que estou muito sozinha. Tu estás sozinho. Rídiculo. Sou vermelha. Prendi as palavras. Soltei o medo. Breve silêncio. O teu nome. Sempre o teu nome. Devia proíbir pronunciar. Mas quero o teu nome. Não queria. Mas quero. Ou um novo. Se não te tiver. Quero sentir um nome vermelho. Imploro por um novo vermelho que me faça esquecer o teu. Quero um beijo vermelho vivo. Silêncio. Quero esquecer o teu beijo encarnado.

Mas bem sabemos... que o vermelho nunca será encarnado.

PS: Amo-te com a cor encarnada.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Simple things


Estou a lembrar do dia em que te conheci. Tão banal, igual a muitos outros, nada estranho, nada de chuva, nada de suores, nada de não... apenas os nervos e a curiosidade. Vulgar, tão vulgar como o ouro ser dourado mas eu preferir o branco. E fui para casa com um amigo no bolso. Um bolso banal, roto até, as moedas saiam-lhe mais depressa que entravam. Assim tão rota como eu estava. Mas ao deitar lá estavas tu. Constantemente tu. E acordava contigo, tomava um pequeno almoço recheado com direito a bolo, deitava-me novamente, arrumava-me bonita. O resto do dia? Sempre tu.
Adormeci nessa mesma noite cheia de nada e a transpirar de tudo. Os dias seguintes foram piores que o puto terrível que me dava caneladas até ficar roxa. E quando olhei no reflexo da janela, vi uma apaixonada. Tudo o que eu mais queria, mesmo sem querer. E é esse dia que eu marco a negro, com o lápis preferido que delinia todos os dias os meus olhos que choram preto por tu não me amares.
As minhas saudades apertam com fecho eclair, ora fecham ora abrem. Hoje o fecho simplesmente estragou-se, porque simplesmente eu ainda te amo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

P.S.: em branco.

15.

Parabéns coração.
Continuas a tirar-me o sorriso. Parabéns por isso também.

Um dia... sim, um dia serei feliz, mas agora morri por dentro.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Beijo á esquimó



- Espera! Beijinho á chinês.
Breve roçar de narizes, de dois corpos quentes arrefecidos pela incerteza do momento.
- Isso não é beijinho á chinês! É à esquimó!

O meu corpo era teu. O que alimenta o meu sorriso patético era teu. O bater do peito era teu. O escorrer das lágrimas teu é.
O teu corpo não é meu. O que alimenta o teu sorriso patético não sou eu. O bater do peito não é meu. O escorrer das lágrimas nunca foi meu.
Mas o beijo á esquimó, será sempre o teu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Saudades ao cubo


Como conseguimos contar até onze se só temos dez dedos nas mãos? Certamente por voltamos ao ínicio da contagem. Nunca fui boa com números, sou mais de letras misturadas na arte. Mas sei que os números voltam a ser repetidos, podem ser multiplicados, divididos, somados... e a minha cabeça já vai tonta de pensar em equações, aquelas que me deixavam dormir a noite toda por não saber nada delas. Mas até os números fogem uns dos outros e mais cedo ou mais tarde perdoam-se e encontram o par correspondente.
E é incrível que tudo o que começa se una num unico caminho dirigo a ti. Há sempre momentos que guardamos a sete chaves para nós, como se fosse um segredo que mais ninguém pudesse descobrir, só tu e eu podemos beijá-los no mais secreto esconderijo, e hoje, no mais secreto adeus. Ando nisto há demasiado tempo. Afinal é possível fazer mal a nós mesmo sem usar cordas ou facas, muito mais sem fazer o mínimo barulho. Já não existe melodia na tua voz e eu suporto ruído até ao dia em que queira ouvir música na minha vida.
Eu tive a coragem de lutar como ninja por ti e lutar nem sempre é fácil. Mas eu continuei. Tenho agora as mãos em ferida de cor vermelha viva enlaçadas por pontos rebeldes que gostam de abrir feridas. É tempo de as fechar. É tempo de dizer adeus em voz alta, prenunciada sempre em português. Hoje o dia dói.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um pacto de lábios


Lembro-me da primeira vez que falas.te. Uma voz tão perfeita, uma gargalhada tão doce como estares aqui, uma brincadeira desde a uma, duas, três... a noite era só nossa. O teu jeito bom de sussurar palavras que se encontravam unidas pela distância de duas vozes sozinhas pelo tempo. Tu sempre estives-te ao meu lado nas noites frias pela neve, só tu e eu, aquecendo lágrimas e solidão.
Quando dei por mim, sentia  estranho sensação de não querer ninguém, feminino, ao teu lado. Queria que estivesses só para mim, e para mim nascesses outra vez, ou melhor, renascesses das cinzas da antiga dor que ela te marcou. Eu juro que não tinha planeado, eu juro que não queria, mas mentiria se jurasse que agora também não queria, quando tremo com borboletas no estomago ao olhar para ti. Realmente há vida dentro de ti, e as minhas borboletas querem voar contra tempos de mudança, contigo.
Disses.te que não! E o teu não está garantido. E sei que não me amas, mas sei que me queres. Queres-me ao teu lado como eu te quero a ti, queres carinho meu quando não estamos aqui, queres... o que eu quero mas doseado em escala pequena. E eu quero sonhar alto, sim, quero sonhar como há um ano atrás, em que o gelo derreteu com um bafo de uma só palavra. Eu amo-te. Nunca pensei em te pedir desculpa. Mas peço agora e com a voz controlada: Desculpa o dia em que te amei! Já tentei pedir desculpa a mim mesma pela forma como me tenho tratado. Mas vou continuar a pensar que borboletas fazem casulos e nascem mais vistosas, fortes e diferentes.
Ontem errei. E sinto-me tão frágil. Eu disse que não, e que sabia que não podia esperar nada de ti, mas é mentira, é a minha maior mentira. Eu fui. Eu saí com um sorriso nos lábios. O coração grande a receber calafrios ao som do cravar dos saltos altos na calçada. Ali estavas tu. O meu e só meu casulo de borboletas que tentavam escapar para a tua boca. Entrei, com pés de lã, esforçando-me para fazer o mínimo de barulho. Nada podia falhar. Nada. Mas logo ali eu soube, o trocar de dois beijos na face seria o ínicio da minha dor. Entrei em desepero por dentro, só queria ir ao espaço e vir, numa ida de oito minutos e meio. Afinal por ti não ia ao espaço, o tempo é frágil e curto, a minha vida por ti é bem maior. Beijaste-me. Beijaste-me outra vez. E outra e outra e outra. Não queria pensar, eu ali, não podia pensar. E agora sei que o meu maior erro foi não pensar. Porque um dia, dois dias e um ano, eu ainda te amo.

Ele despediu-se com um beijo na testa, dizendo:
- Avisa-me quando chegares.
Ela virou-se para não chorar de frente e desde então, sofre devagarinho com medo de falar, porque há sempre um " não te quero ver sofrer". Sentou-se, colocou a mudança e o carro foi a baixo. As pernas tremiam de medo. E o resto do caminho foi embalado pelas lembraças.
Ela ama, ele gosta de atração. Ela diz sempre, ele diz não.
Uma e vinte e três nos teus braços.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Por não saber de ti


Abanei o corpo, dançei com as mãos, mas hoje, não sei dançar. Transpirei imensos sorrisos que prendem o mover para um choro teu. Hoje, hoje não sei porquê, dói, mas dói pelo que já tentei ver nascer a estúpida memória que só eu vivi. Um dia vou ser eu e chegará o dia em que te vou ouvir. Mas agora, a saudade finalmente chegou nua, crua e sem uma pitada de sabor.
A música continua a tocar e a fazer extremeçer o quarto, a cama e um corpo morto.
Lembra-te de mim. Lembra-te de mim nas noites sós, nas noites juntas e nas noites mais que intermédias. Lembra-te de mim quando passar um comboio na nossa estação, com os nossos dois carros. Lembra-te de mim escondida nos teus braços a chorar por gostar de ti. Mas lembra-te... Lembra-te que aindas danças no meu coração, rebolas na minha cabeça e fazes passos cruzados na minha vida.
Procura por mim, entre séculos e anos, eu estarei intocável á espera de um sopro teu ao meu ouvido.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tranca a porta quando saires



Cravei as unhas na pele. Respirei baixinho três vezes seguidas. Segui na linha recta, bateu mais forte, segui na linha recta, tremeu mais forte, segui na linha recta, chorei para dentro...sempre mais forte. Logo ali eu soube que sempre caminhei sobre curvas e contra-curvas. Foi então que te vi.
Sempre pensei que ao partires deixavas saudades, ao ficares deixavas saudades, mas ao ver-te as saudades suavam nas mãos. Quero olhar-te mas o chão é mais apetecivel, quero dizer-te um simples olá mas o silêncio quer companhia, quero dizer-te:
-Fica comigo, se ficares. Fica comigo, para ficares.
Mas meu amor, eu sei que lá no fundo de um coração arranhado, para meu bem ( nunca meu bem) a tua resposta será naquele tom, médio, alto ou baixo:
-Fecha a porta quando saires, porque eu não consigo abrir a minha janela para ti.
Eu só queria uma corrente de ar. Fraquinha. Mas ainda assim... uma corrente de ar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

I´ll be there...

Passei pelo nosso lugar. Estava ainda vazio como o deixámos. Maltratado e como eu, cheio de erros. Esperei por ti. Fiz-te saber que tinha esperado. Mas quem és tu para quereres que eu espere por ti? E eu ainda erro. Tu ainda és o meu beijo de boa noite.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

8 segundos





Queimei-me a beber este chá de manga. Nem sempre gosto de manga, a papaia aquece mais o desejo. Aqui onde estou, o pensamento bloqueia a razão, logo escrevo e logo existo.
Cruzo o olhar com as teclas para pensar numa primeira letra e apartir daí escrever. A- Antes do saber existia o desconhecido e ás vezes o desconhecido não quer ser descoberto. T- Tu podes ir a todo lado.     P- Porém o meu corção percegue-te. P- Plim-plam-plum brincadeirinha de criança e cada bala mata um.   G- Guardo a tua criança desamparada aqui onde eu moro, mas em breve, vou viajar. N- Não sei quando volto, talvés nem volte mais. U- Um dia. F- Estava com medo da letra F, F de fim. P- Porque tudo tem um principio e um fim. G- Gosto mais de um fim com principio. L- Levemente sei o fim do livro. E- Ela morre no final. S- Se todos sabem, vamos fazer de conta que ela não morre, é mais bonito fingir que não conhecemos o final. O- Os cheiros misturam-se como se estivesses aqui para me aconchegar. V- "Vai correr tudo bem". T-Tu não sabes, nem tentas saber. Q- Quero que ela no final sobreviva. E- E se sobreviver, que o soro leve o bater do coração por ti. C- Como o cair do cabelo e tudo o que virá, seja o cair do que foste para mim.
Queria tanto esvaziar a garganta, como deixar de sentir. Esvaziar até ao fim e rebentar com os tímpanos.
- Olá!
lá se sente o arranhar grosso da garganta. Já não vai lá com chá. Martini, sim o George sabe o que faz bem à voz do coração. Um golo. Dois golos. Um frasco.
-(sem respirar 8 segundos) Gosto de saber de ti.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Birra não é para crianças!




-Queres mesmo saber?
Estou-me nas tintas para tudo. Faço o que quero e o que me der na real gana, afinal se não és livre não podes fujir. Eu daqui não saio, o sofá é confortável e os cigarros de chocolate dão-me volta ao fumo que tenciono comer.
- Como sabes de mim?
Fácil, não sabes. Eu coloquei desodorizante nos olhos para não ver ninguem, afoguei o telemóvel que comprei nos ciganos e a campainha... toca e logo verás o que acontece.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Anda daí baloiçar.




Balancei do balançou, porque há qualquer coisa em ti que me fascina cada vez mais, e mais, e mais e não balança de dúvidas. Há qualquer coisa. Não sei bem há quanto tempo foi, muito menos quando me ouvi a mim, mas nesse mesmo momento, a mesma qualquer coisa me balançou.
Não sei bem se sei, nem sei se sei bem, mas sei que não sei o que me despertou, mas dependendo do que amanhã nos trazia, eu queria estar para ti. Adormecia contigo na mão direita, guardava-te nos poucos sonhos que tive e acordava contigo na mão esquerda junto ao peito. Era pura adernalina falar contigo e não nos podermos tocar. Era mais que adernalina a correr no sangue, era tudo suspeito.
Dizem que o verão arde por ter calor. Foi nesse preciso momento que aqueces.te o meu coração e por incrível que pareça não havia aquecedores á volta. Foi um choque perceber-me quente. Mas talves o verão não seja só calor, afinal de contas, não temos calor, apenas ausência de frio. E é isso que eu tenho. Não tenho saudades, apenas ausência de ti. Agora, agorinha, a ausência está no polo sul e a adernalina no polo norte. E tu... bem tu... continuas no balanceio do meu coração.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Hoje apetece-me!



Apetece dar assim uma trinca á vida e cuspir os caroços.
Apetece saber antes de provar.
Apetece saber se o azedo pode ficar hoje doce.
Apetece, apeteces-me!


Leva-me daqui para fora




Vendo corpo sem alma, coração quebrado e inteligência esgotada. Os vendo barato, vejo que há muita oferta no mercado. (David Luis, "Gallego")

Nunca uma frase esteve tão certa. Se pudesse dava a alma ao Diabo, sei que ele saberia o que fazer com ela. Não vale a pena vender nada que não se lucre. Afinal a diversão estaria nas mãos dele e eu mergulhava num paraíso. Ao contrário do que pensava, o meu coração não é teu. A minha alma pertence-te, e é só tua, simplesmente tua. É tão tua que não consegue mais ser minha. E como eu a queria apanha-la hoje. Cheguei a roubar a rede que apanha borboletas ao pai na esperança de a ir buscar, mas afinal aquele intrumentozinho não funciona mais. Pena tudo se estragar e desaparecer das minhas mãos.
Agora que escrevo, vou ter de me desmentir. Não se pode perder nem estragar algo que nunca se teve. Nem sempre existe uma noção clara na minha cabeça. Talvez porque tudo voa mais alto do que eu consigo apanhar ou o vento que sopra contra mim é mais forte do que eu estou.
Preciso urgentemente de um sugador de lágrimas. Eu quero, não tenho, nem posso. Como tudo é tão injusto neste momento. Tão injusto que acabo por ser a maior lamechas e pelos vistos vai demorar a passar. Por isso... tenho saudades de mim. Saudades do que eu era. Talvez do que eu fui antes de ti. E embora, no que fui, sentisse um vazio, tudo é melhor que a dor. Preciso de ti. Preciso de ti mais que ontem, hoje preciso de ti como foste, porque está dificil de aguentar não falar, mas mais não pensar.
Se pedisse que levassem mais alguma coisa minha... tudo! Mas que me deixassem a última lembrança bonita tua. O teu último sorriso meu.
Vou ter de terminar mesmo aqui. De certo existe uma ferramenta na garagem do pai que me conserte. Vale a pena tentar tudo!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Amizade escolhida a dedo




Gostaria de perceber se um sonho de criança é um perfeito disparate no futuro adulto. Não é há toa que a inocência de uma criança está no coração. A nossa encarna no momento, que pode ou não comandar o que somos.
Um dia alguem me disse: "Se queres sobreviver não abraces o que não és, beija o que sempre foste". E esse alguém partilhou a minha primeira casa na árvore, títulada de seu nome: "Palácio encantado dos sapos velhos". Imagine-se eu, menina até ás pontas das unhas, fantasia de ser bailarina, a morar numa casa com nome que cheira  adedo masculino. Seria mais obvio "Palácio encantado das bailarinas", mas claro que "Palácio encantado" foi imposto cerradamente por mim.
Mas a amizade deixar respirar pensamentos diferentes. Se pensares em sofucar lembra-te que dois deixam de respirar. Tu e eu não sufocámos, digamos que respiramos para lados diferentes e quando inspiramos, juntamo-nos como a vinte anos atrás. Nunca me senti a "malamiga", que traduzindo á letra quer dizer " mal amiga". Quando somos crianças temos a mania de juntar palavrinhas e esta era sem dúvida a palavra proíbida, banida do nosso dicionário.
Se "dar e receber" é um lema, "ouvir, cheirar e sentir" é o nosso lema: oiço a tua tristeza, cheiro a tua lágrima e sinto a tua alegria. É verdade que nunca construimos uma casa na árvore grande e nunca tivemos um nome para ela. Não quero com isto dizer que não existe. Imagino-a em tons de beje e rosa, tu ias adorar, cheia de toques "mimis". Certamente ias gostar. A amizade tem muitas parecenças, mas manifesta-se de diferenças. Entraram depois da fase da inocência que tinha de seu nome "bailarina", mas foi como se tivesses sempre lá. Permaneces na fase madura " vida". As novas amizades não dvem ser vistas como perigosas para nós mesmos, devem ser sentidas com inocência e vividas com maturidade.
Querida amiga, queres contruir uma casa de pedra e cimento que o tempo não apaga?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Para lá de mim



No final batem sempre dois corações de lembranças....
O dia ainda não acordou e eu não deitei o meu corpo, a alma anda lá fora incontrolável. Não se podem domar as lágrimas, escorrem como o rio de correntes soltas e eu não sei o que fazer com este furacão. A mão que desliza pelo rosto já não é minha, é a dor a cuidar de mim. Tudo é intenso neste quarto, tudo sufoca e o ar que circula está cansado de evaporar lágrimas. Vou deixa-lo seguir, como tu fizes-te comigo. A rua chama por mim, a relva quer sentir os meus pés dormentes de tanto esperar e o ar... o ar não quer, eu é que quero respirá-lo de peito aberto. E sabe tão bem. Se eu pudesse expirava-te de dentro de mim. Mas as memórias também podem ser cruéis quando querem. E agora são inopurtunas, porque agora eu não quero lembrar, apenas deixa-las encaixotadas num baú sem nome. O teu nome. Apenas o teu nome me arrepia e deixa o corpo confuso de emoção. É o teu nome que ele pede e susurro baixinho: ele já não está aqui. Quando um grande amor parte, fica um grande amigo a ocupar o espaço, quando o grande amigo é o grande amor, o amor fala mais alto. Não te vejo amigo, mas sim a beijar o amor.
Apesar de tudo quero saber de ti. Acho que ainda é mais forte do que eu e sinto.me frágil como uma caixa de papel molhada. Mas já não és tu. É alguém que fala comigo de uma maneira fria e o mais distante possível. É um alguem que quer dizer duas palavras: olá e adeus. Não sei se quero esquecer, nem sei o que é esquecer-te.
Agora quero deitar-me. Já esgotei a minha raiva. A raiva que guardo naquela gaveta que diz "para sempre tua". Porque não é para sempre, é para a vida. E já sem muito chorar, os meus olhos fecham. Foi por pouco tempo. Sinto uma mão a afastar o meu cabelo e um toque de lábios no meu rosto. Por favor, que sejas tu. Sinto um abanar no corpo e os olhos que custam a abrir, veem uma sombra. És tu mãe. Vens triste e com uma carta na mão. És tu pai quem segura os cabelos e aperta os meus dedos. Por favor fiquem comigo até a minha alma se deitar finalmente. Sentas-me e desesperadamente dizes: "tu vais conseguir meu anjo". Sim eu vou conseguir esquece-lo. Mas estou lucida e nem um nem outro sabiam da tua existencia. O coração bate mais forte e quer saltar para as vossas mãos. É maligno. Então era isso. O ódio que sinto é maligno. Agora só oiço lágrimas a cair no chão de cristal. Eu sei o que dizer. A minha vida é a tua vida, a minha vida é a vossa vida e eu viverei para sempre com as vossas lembranças. E claro com a caixa "para a vida". E para lá de mim. E amo.te.... E amo.vos... E tenho medo...

A terra sem pés



Ñão me encontrava no meu prefeito juízo quando decidi fechar os olhos e dizer sim. Há erros que susurram no ouvido à espera de serem cometidos. Sei que só tenho uma mão de dias e duas de horas que me prenderam a ti. Foi na segunda mão de dias que senti borbotos na garganta que desciam até á barriga a cada beijo teu. Somos amigos, sempre o fomos e nunca o pensámos não ser. Mas não aceitas.te o meu deslize, o grande deslize que é nada mais nada menos que amar-te. Já ouvi dizer que a lua e o sol são eternos enamorados e apenas estiveram juntos pequenos instantes. Desde então andam sempre um atrás do outro à espera de um eclise qualquer. Não é nada de extraordinário. Não é nada de improvavel, afinal, não se escolhe de quem, quando e como se vai gostar. Acontece. Acontece como quem de repente passa a gostar de comer leite de condensado às colheradas e não enjoar. Aconteceu. Ontem supliquei por uma esponja. Só queria que me absorvesse tudo o que é bombardeado para o bater de um coração. Porque ontem percebi. Ontem foi o dia "D". Não por ser a tua letra, foi a letra da palavra "despertar". "Quando um não gosta, dois não sentem". E é isso que me fez cair e dúvidar do sol e da lua. Uma coisa é gostar outra coisa é amar. Gostar de estar, gostar de desejar, gostar de sentir a falta de carencia. A isto chamo, o meu pequeno erro. Amar sem limites, sonhar sem fronteiras, dar e receber a chama que aquece o sol na ausência da lua. A isto chamo: o meu maior erro.
E erros são erros. Podem-se classificar como imperdoáveis, inesquecíveis, passageiros, sem intenção, relampagos, demorados.... mas são sempre erros. E se não fossem tu abririas os teus braços para um novo amor e esquecias de vez uma estrela que já não brilha. O meu brilho sentes quando me beijas e o faço passar para dentro de ti, como fumo. E agora pela tua loucura de me magoar, lentamente perde a cor. Diz que queres. Diz que vamos lá. Diz que quero tentar. Diz que não me magoas. Diz que me queres na tua vida. A tua voz é rouca, mal se ouve daqui da terra. Tu perferes ficar no céu. Porque afinal de contas, a lua e o sol já lá estavam, e eu sou apenas a terra que não acenta os pés no chão.

A tua R* e tu o meu R*