Tens poesia na metade direita do coracão e amor na metade esquerda. Tenho-te a ti a circular nas duas metades de mim. Porque a poesia e o amor estão atrás da minha orelha. R*

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Para lá de mim



No final batem sempre dois corações de lembranças....
O dia ainda não acordou e eu não deitei o meu corpo, a alma anda lá fora incontrolável. Não se podem domar as lágrimas, escorrem como o rio de correntes soltas e eu não sei o que fazer com este furacão. A mão que desliza pelo rosto já não é minha, é a dor a cuidar de mim. Tudo é intenso neste quarto, tudo sufoca e o ar que circula está cansado de evaporar lágrimas. Vou deixa-lo seguir, como tu fizes-te comigo. A rua chama por mim, a relva quer sentir os meus pés dormentes de tanto esperar e o ar... o ar não quer, eu é que quero respirá-lo de peito aberto. E sabe tão bem. Se eu pudesse expirava-te de dentro de mim. Mas as memórias também podem ser cruéis quando querem. E agora são inopurtunas, porque agora eu não quero lembrar, apenas deixa-las encaixotadas num baú sem nome. O teu nome. Apenas o teu nome me arrepia e deixa o corpo confuso de emoção. É o teu nome que ele pede e susurro baixinho: ele já não está aqui. Quando um grande amor parte, fica um grande amigo a ocupar o espaço, quando o grande amigo é o grande amor, o amor fala mais alto. Não te vejo amigo, mas sim a beijar o amor.
Apesar de tudo quero saber de ti. Acho que ainda é mais forte do que eu e sinto.me frágil como uma caixa de papel molhada. Mas já não és tu. É alguém que fala comigo de uma maneira fria e o mais distante possível. É um alguem que quer dizer duas palavras: olá e adeus. Não sei se quero esquecer, nem sei o que é esquecer-te.
Agora quero deitar-me. Já esgotei a minha raiva. A raiva que guardo naquela gaveta que diz "para sempre tua". Porque não é para sempre, é para a vida. E já sem muito chorar, os meus olhos fecham. Foi por pouco tempo. Sinto uma mão a afastar o meu cabelo e um toque de lábios no meu rosto. Por favor, que sejas tu. Sinto um abanar no corpo e os olhos que custam a abrir, veem uma sombra. És tu mãe. Vens triste e com uma carta na mão. És tu pai quem segura os cabelos e aperta os meus dedos. Por favor fiquem comigo até a minha alma se deitar finalmente. Sentas-me e desesperadamente dizes: "tu vais conseguir meu anjo". Sim eu vou conseguir esquece-lo. Mas estou lucida e nem um nem outro sabiam da tua existencia. O coração bate mais forte e quer saltar para as vossas mãos. É maligno. Então era isso. O ódio que sinto é maligno. Agora só oiço lágrimas a cair no chão de cristal. Eu sei o que dizer. A minha vida é a tua vida, a minha vida é a vossa vida e eu viverei para sempre com as vossas lembranças. E claro com a caixa "para a vida". E para lá de mim. E amo.te.... E amo.vos... E tenho medo...

1 comentário:

  1. ai Rithinha que me fazes chorar ta tudo errado comigo também...e nem tenho coragem de escrever...

    **a tua Tyty**

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