Um dia alguem me disse: "Se queres sobreviver não abraces o que não és, beija o que sempre foste". E esse alguém partilhou a minha primeira casa na árvore, títulada de seu nome: "Palácio encantado dos sapos velhos". Imagine-se eu, menina até ás pontas das unhas, fantasia de ser bailarina, a morar numa casa com nome que cheira adedo masculino. Seria mais obvio "Palácio encantado das bailarinas", mas claro que "Palácio encantado" foi imposto cerradamente por mim.
Mas a amizade deixar respirar pensamentos diferentes. Se pensares em sofucar lembra-te que dois deixam de respirar. Tu e eu não sufocámos, digamos que respiramos para lados diferentes e quando inspiramos, juntamo-nos como a vinte anos atrás. Nunca me senti a "malamiga", que traduzindo á letra quer dizer " mal amiga". Quando somos crianças temos a mania de juntar palavrinhas e esta era sem dúvida a palavra proíbida, banida do nosso dicionário.
Se "dar e receber" é um lema, "ouvir, cheirar e sentir" é o nosso lema: oiço a tua tristeza, cheiro a tua lágrima e sinto a tua alegria. É verdade que nunca construimos uma casa na árvore grande e nunca tivemos um nome para ela. Não quero com isto dizer que não existe. Imagino-a em tons de beje e rosa, tu ias adorar, cheia de toques "mimis". Certamente ias gostar. A amizade tem muitas parecenças, mas manifesta-se de diferenças. Entraram depois da fase da inocência que tinha de seu nome "bailarina", mas foi como se tivesses sempre lá. Permaneces na fase madura " vida". As novas amizades não dvem ser vistas como perigosas para nós mesmos, devem ser sentidas com inocência e vividas com maturidade.
Querida amiga, queres contruir uma casa de pedra e cimento que o tempo não apaga?
Que lindo, Rita.
ResponderEliminarMergulhei em suas palavras e visualizei perfeitamente teu Palácio Encantado. Talvez falemos a mesma lingua... Vou pintá-lo! Depois te mostro.
Um grande abraço.