Tens poesia na metade direita do coracão e amor na metade esquerda. Tenho-te a ti a circular nas duas metades de mim. Porque a poesia e o amor estão atrás da minha orelha. R*

terça-feira, 30 de março de 2010

Lembra-te de mim

Quando o escuro for o teu refujio
E ouvires o corvo a bailoiçar,
Quando o dia chamar "amor mio"
Ou ouvires as arvores a dançar,

Lembra-te de mim.

Se a tua voz faltar sem saliva
Seca de uma noite sem olhos,
Se gritares encontrei o choro da vida
Ou o sorriso que já não é teu,

Lembra-te de mim.

sábado, 27 de março de 2010

(des) Conto de fada






Gosto de ser a gata borralheira, aquela que sofre, aquela que nas masmorras sabe cantar, gosto do cheiro a mofo que paira no ar, gosto dos sapatos rasgados e confotáveis que nem sequer me ensianam a andar, gosto dos meus cabelos presos como as duas mãos que lavam o choro espalhado pelo chão, gosto do escuro... ninguem o conhece como eu, ninguem quer vir a conhece.lo como eu, e nem sempre ele tras a paz... nem sempre...
mas depois... gosto de ser a cinderela de saltos altos, que atrapalha os pés por nao saber caminhar no corredor da felicidade, e olho para o céu azul que não é meu e de ninguém... mas é a unica coisa que poderá ser minha para sempre

sexta-feira, 26 de março de 2010

yes, i´m a lucky woman





Moro no castanho dos teus olhos

Criatura de voz escondida no esconde, esconde

Entrelaças no meu cabelo despenteado

O teu nome, herdeiro de um conde.

Corpo deitado sobre o meu

Olhos fechados, mãos unidas pela força

O beijo que é eternamente teu

Saciado pela presença estranha vinda de ti.

Sussurras.me ao ouvido a noite

Entrego.te o meu dia que anseia a tua escuridão

Negra, fria de calor, breve pingo de luz sem dor

Desenha em mim o alcançar da tua mão.

quarta-feira, 24 de março de 2010




Depois da saliva seca, sei, que há palavras que nunca mais te direi. Comias com o meu silêncio e deixei para trás todos os beijos roubados, tranquei os desejados e esqueci quem eram os meu lábios. E depois da saliva seca o passado foi uma trinca.

sábado, 20 de março de 2010

Arrepio

Vou limpar o quarto, arrumar as gavetas e fechar portas entre-abertas. O ar não pode circular, é confuso e perigoso, sabe bem ficar fechado, sabe menos bem ficar magoado.
Termino as minhas palavras, não por não conseguir escrever, não por a magoa soprar ao meu ouvido, não por chorar a cada tecla, não... Mas porque hoje, não sou a unica a escrever e a ler, eu sei, e sejas tu quem fores que agora estás aqui, eu sinto. Só te peço que nao me faças mal e se fizeres diz ao diabo que vou sozinha. Arrepio o meu eu.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ela sem Ele


Ela sorri,
Ele troca um olhar,
Ela segue em frente,
Ele presegue sem radar.

Mas hoje já é amanhã.

Ele tem a alma fria
Ela quer voltar a aquecer,
Ele ignora o sol do novo dia
E ela pede para ele não a esquecer.

Mas hoje já é amanhã.

Ela ruíu, tropeçou nos próprios pés,
Ele desistiu, simples, travou,
E Ela? ganhou balanço de lés.

Hoje? É o futuro do sorriso sem ele.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Senti.te ao longe de mim




Hoje não tenho nada a dizer. Sem dizer vou pensar. Apenas a pensar já é como lembrar. Se não quero dizer, se não quero pensar, se não quero ouvir consolos que não me fazem passar o que nada passa, entao passo a escrevrer. Passo a esquecer sempre a lembrar. Não te quero esquecer, seria frágil, não te conseguir lembrar, seria crueldade apetitosa.
Hoje vi-te. Antes de sair de casa, arrumei a mim toda eu, de um jeito especial, passei o tempo na estação do espelho e olhei, olhei e voltei a olhar-me. Entrei no jogo sem pensar. O espelho mexeu. Nesse momento senti, nesse preciso momento soube que te podia ver, soube porque me enfeitei como arvore de natal elegante, soube porque me apetecia chorar... ali e só ali eu soube. Enrolei as lembranças e fantasias numa lata de conserva. Chorei mas rapidamente limpei os olhos negros do lápis que os delinearam para escorrer o rio preto. Encarei.me de frente, mas sabia que era de lado que te iria encarar. Cheguei. "Não te vou ver, por favor não te vou ver. Mas eu quero ver.te." As escadas rolantes subiram e lá estavas tu. Se nao tivesse vivido, diria que só podia ser um filme que ainda estava a ser pensado. Os nossos olhares cruzaram, tu vieste.me e logo ali despiste a minha alma e o meu olhar quebrou. "Continua em frente." Mas o teu olhar seguia-me. Durante dez minutos observou-me e eu sabia.o. Dava tudo para tocar nos teus lábios secos naquele impiedoso instante. Dava tudo para que voltasses a ser tu, mas tu mesmo roubaste.te de mim e eu roubei em mim a vontade de ser eu. " Ele estava lá. - Sim, senti.me observada e vi que os olhos dele não saiam de ti." Percorres.me sem me tocar e eu precorro.te todas as noites sem te avistar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Laranjeira

Quero sentir a LoUcura por detrás do meu sorriso. Quero viver e sentir que também uma recta pode ter curvas e sem prévio aviso de qualquer tipo de sinalização. Fomos feitos para amar. Ponto. E viver é sem dúvida amar, com ou sem desvios, mas somos nós que conduzimos a paixão. O "adeus" é certo, mas um novo "olá" surgirá numa estrada nova e quem sabe o velho "adeus" não surge mais tarde numa estrada cumplice.
O nosso "adeus" é tal e qual como escrevo, sem um "até um dia", não, é mesmo frio, dói ao ser pronunciado e nao se sabe se aparece ou para sempre desaparece. É e acontece. Por isso, deixo acontecer. Já são menos as vezes que penso em ti durante o dia, embora á noite os sonhos te pertençam. Sim, são imensas as vezes em que fico num beco, mas tu não vestes a capa de SUPER homem para me embrulhares nela e fujirmos para o céu. Já não és a perfeição que conheci e sempre o disses.te, descobri da pior maneira. Num futuro será mais um tracinho que marco no pau de laranjeira da minha história. E a que escrevi contigo, será contada até eu conseguir lembrar que exististe em mim.